quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A Teoria de Tudo (2014)

The Theory of Everything
Diretor: James Marsh
123 min


É difícil falar sobre biografias (ainda mais depois da polêmica que rolou com Foxcatcher, filme que já foi criticado aqui) principalmente de um dos nomes mais importantes da ciência mundial, como Stephen Hawking. E com certeza foi um desafio muito grande para o diretor James Marsh retratar a vida de Hawking. Um detalhe se quer, pode mudar todo o foco do filme e a aparência da pessoa representada para o público. Porém, foi um trabalho feito com tanto cuidado, que se tornou uma obra de arte belíssima.

Baseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa,  quando ele tinha apenas 21 anos. (AdoroCinema)

Numa cinebiografia de um dos cientistas mais importantes do mundo, é implícito que a ciência deveria estar presente numa maioria das cenas do filme, o que de fato acontece. Mas, graças à um ótimo roteiro, as tais cenas são autoexplicativas. Convenhamos, o cara é um dos maiores físicos de todos os tempos. Seria muito mais fácil ao roteirista, Anthony McCarten, simplesmente jogar milhões de teorias sem explica-las, porém não existe nenhuma ponta solta sobre nenhum fato científico mencionado por Hawking ou algum dos seus professores ou companheiros de classe. No caso deste filme então, a compreensão dos termos e teorias científicas é extremamente necessária para o maior aproveito da história. A ciência no filme é usada, não somente, como "arma principal", ou até mesmo uma válvula de escape de Stephen, mas como uma maneira de incrementar e de detalhar mais os fatos vividos pelos personagens, de uma maneira bem singular. É curioso ver como suas ideias filosóficas e científicas vão mudando drasticamente ao longo do tempo.

Não vou botar imagens da atuação de Eddie Redmayne com o estágio mais avançado da doença e também não sugiro nenhuma pesquisa. O ator rouba todas as cenas do filme de uma forma gradativa. Com certeza a maquiagem do personagem contribuiu para a atuação do ator, mas Eddie Redmayne com certeza enfrentou um duro trabalho ao interpretar Stephen Hawking na telona., mas um trabalho que resultou num montante impressionante. Toda a dificuldade que surgiu na vida de Hawking foi bem retratada, mas nada que apelasse muito ao sensitivo. É um trabalho dosado, que não exagera e faz tudo muito bem. Uma estatueta do Oscar é mais do que merecida...
 
O elenco de apoio também está muito bom, mas nada que seja digno de premiações, o que contradiz, porém, com as listas de previsões do Oscar e das listas oficiais de concorrentes ao Globo de Ouro e do SAG Awards... vamos ver quem vai sair com o prêmio na mão.

O filme construiu a Cambridge dos anos 60 de uma maneira incrível e natural, usando um vocabulário mais formal e se adequando à vestimenta e arquitetura, e fazendo referências à cultura POP da época. A obra deixa o espectador mergulhado dentro da época em que o filme se passa, o que aumenta consideravelmente a experiência do filme. Um Oscar de Direção de Arte seria justo.

A Teoria de Tudo é um filme que mesmo tendo tudo pra ser um filme depressivo ou angustiante, não deixa as restrições da doença sobreporem a busca incessante de Hawking pelo saber. Mostra muito bem que Stephen Hawking é uma pessoa feliz, que dribla as limitações de uma doença para aproveitar o que a vida ainda lhe oferece. Filmaço.

5 indicações ao Oscar 2015, incluindo "Melhor Filme"

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