sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Sniper Americano (2014)

American Sniper
Diretor: Clint Eastwood
132 min

 
Adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, o filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação. (AdoroCinema)

Eu não sou o maior fã de Clint Eastwood. Vi somente dois filmes dele, e até gostei. Dizem, não se pode falar de Clint Eastwood sem ter visto nenhum filme de faroeste dele, mas não vai ser o que vai acontecer aqui. Peço desculpas aos fãs (se é que eu preciso).

Eu nunca fui muito de filmes de guerra, principalmente pelo fato de a maioria não serem filmes muito justos. Geralmente, não são muito imparciais, que mostram o evento por si só, sem enaltecer um dos lados da moeda. E já digo, de antemão, que Sniper Americano só segue este padrão, mostrando a guerra no Iraque, que aconteceu em 2003, somente do ponto de vista americano, e subvalorizando o "outro lado" de uma forma tamanha. A maior prova disso é o personagem Mustafa, que é de extrema importância para o decorrer do filme, mas que não possui uma fala se quer. Isso pode não incomodar à alguns, mas ao meu ver, é um ponto bem negativo.

Porém, o filme acerta muito bem em se estender e aprofundar bastante nos fatores psicológicos de uma guerra, abordando seus fatores "históricos" (por mais que erroneamente) e seus fatores pessoais. O filme é dividido entre quatro "turnês", quatro fases diferentes da guerra, na qual a "equipe" de Chris faz parte. E são turnês com um certo período de tempo entre si. Nesses períodos o diretor mostra o lado pessoal da guerra, fazendo um balanço bem legal e resultando num filme que te deixa descansar por um tempo.

Como qualquer obra com temática de guerra que se preze, Sniper Americano tem uma edição muito
frenética e um som tridimensional que são excelentes. Quando a boa técnica do filme se juntou as cenas de guerra em si, brilhantemente dirigidas por Eastwood, o resultado foram cenas muito bem feitas, com um intervalo muito bem calculado, ou seja, tudo acontece no tempo certo, nada fica maçante. E aqui o diretor implanta um suspense de tirar o fôlego (literalmente) em cem porcento das cenas de ação, com um extremo suspense, e de decisões que podem custar vidas.

As atuações são todas de extrema qualidade, nisso não há dúvida. Com certeza, o destaque do filme vai pro Bradley Cooper, com uma indicação até merecida, mas que certamente não passará de uma indicação. O personagem interpretado por Cooper acaba sofrendo várias sequelas pós-guerra, o que é o mais notável de toda sua interpretação. Porém, o filme não foca apenas no protagonista, mas sim na relação dele com os personagens secundários, o que é feito com um cuidado extremo por parte do diretor Clint Eastwood e o roteirista Jason Hall. As várias sub-tramas que o filme apresenta dão cada vez mais carga emocional ao personagem, principalmente a relação do protagonista com sua esposa Taya, interpretada muito bem por Sienna Miller.

A trilha sonora aqui é um fator bem interessante. Ela tem um caráter bem experimental, que não casou com o resto do filme. Uma mistura da trilha de Transformers com uma espécie de faroeste. Mas o mais curioso é que, fazendo minhas pesquisas, descobri que uma parte da música do filme foi composta pelo próprio Clint Eastwood (pausa para o "WHAAAAAAT"), junto com Joseph S. DeBiasi. Ao meu ver, não foi uma dupla que deu muito certo não...
Então, sim, o problema do filme é só um. A falta de verossimilhança em alguns fatos e a exaltação estadunidense pesaram muito o filme, de uma forma extremamente negativa, o que ofuscou vários dos pontos positivos do filme. Então vá preparado para um patriotismo exagerado, mas se isso não te aflige, você terá uma ótima experiência cinematográfica.

6 indicações ao Oscar 2015, incluindo "Melhor Filme"

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