segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Relatos Selvagens (2014)

Relatos Salvajes
Diretor: Damián Szifron
122 min.


Diante de uma realidade crua e imprevisível, os personagens deste filme caminham sobre a linha tênue que separa a civilização da barbárie. Uma traição amorosa, o retorno do passado, uma tragédia ou mesmo a violência de um pequeno detalhe cotidiano são capazes de empurrar estes personagens para um lugar fora de controle.  (AdoroCinema)

Meu Deus do céu, que filme é esse. Eu realmente estava muito animado com esse filme depois de ver muita gente falando bem, e ainda mais depois da indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas eu realmente não estava preparado para o que fui apresentado em Relatos Selvagens. Ainda estou maravilhado com a overdose de qualidade que é esse filme. Sério mesmo.

O filme é composto de seis histórias: Pasternak, Las Ratas, El más Fuerte, Bombita, La Propuesta e por fim, Hasta que la Muerte nos Separe. Todos os contos possuem um incrível poder de persuasão que me deixaram vidrados do início ao fim. Isso cabe ao incrível roteiro de As seis histórias que, de início, podem parecer desconectas, mas a relação entre elas é incrível. Mesmo que bem inverossímeis, são histórias aonde o ser humano é levado ao extremo. O filme é bem ousado ao mostrar as coisas que as pessoas geralmente pensam, mas não fazem, mas não sinceros ao ponto de mostrarem suas consequências. E é realmente essa a graça do filme. Ele tem um humor quase sádico, que dá aquela curiosa sensação de culpa de gargalhar (alto) de coisas extremamente absurdas que são apresentadas pelo filme. Perdi as contas de quantas vezes eu fiquei boquiaberto com as situações apresentadas, principalmente na última história.

Todos os atores estão muito bem mesmo, porém há alguns que se destacam. Eu nunca havia entrado em contato com os filmes do Ricardo Darín (considerado o melhor ator argentino de todos os tempos), então fiquei bem animado quando sua história começou. Não digo que me frustrei, mas que no próprio filme há atores que se sobressaem muito mais, como Érica Rivas, no último conto Hasta que la Muerte nos Separe e Rita Cortese, como a cozinheira no conto Las Ratas. Os dois contos são incríveis, em minha humilde opinião, os melhores do filme.

Logo de cara, os relatos não possuem um elo. A construção do espectador da mensagem do filme é uma experiência bem singular e inacreditável. Não quero me aprofundar muito sobre isso, pois é bem legal ir conhecendo o filme aos poucos para tentar entender o que os relatos tem em comum. O resultado é surpreendente.


Em termos técnicos, se ressalta a câmera do filme, que é bem simples, porém bem ágil. Geralmente nas cenas em que o personagem está dirigindo um carro, a câmera fica presa em algum lugar do veículo, o que resulta em ângulos pouco convencionais e bem diferentes. O roteiro do filme é de extrema qualidade. Ele acerta em cheio em agarrar o público pelo pé, em chamar a atenção, de um jeito bem particular. Também acerta em diálogos muito bem pensados e, mesmo que pouco verossímeis, que funcionam de maneira grandiosa.

Relatos Selvagens é um filme de um humor bem sádico, que mostra o que o ser humano pode fazer em momentos de fúria ou descontrole, que resultou num filme incrivelmente satisfatório. Posso dizer que fazia bastante tempo que não via um filme tão original e com acontecimentos tão surpreendentes. Indico com todas as minhas forças!

1 indicação ao Oscar 2015

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