domingo, 22 de fevereiro de 2015

O Grande Hotel Budapeste (2014)

The Grand Budapest Hotel
Diretor: Wes Anderson
100 min.


No período entre as duas guerras mundiais, o famoso gerente de um hotel europeu conhece um jovem empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX. (AdoroCinema)

O diretor Wes Anderson sempre foi conhecido por sua exagerada simetria, sua brincadeira com as cores, seus personagens sempre bem caricatos, suas histórias cheias de reviravoltas, cenários extravagantes, câmeras estáticas, e mais um zilhão de características bem pessoais. Em O Grande Hotel Budapeste todas as suas características mais marcantes estão em perfeita harmonia, fazendo com que esse seja o melhor trabalho de todo o conjunto das obras do diretor até o momento. Se você já viu algum outro trabalho do diretor (como o incrível Moonrise Kingdom, de 2012) e aprovou, terá um prato cheíssimo aqui.

O Grande Hotel Budapeste nos apresenta uma história, de início, simples, porém que se desdobra ao decorrer dos minutos do filme, o que exige do espectador uma grande atenção aos fatos, mas não abusa deste fato. Você não é forçado a prestar atenção no filme, mas sim mergulhado lentamente na história. O filme não tem nenhuma pretensão de parecer real, mas é exatamente este fator que nos imerge na história, de tão bem escrita e reproduzida que ela é.

O filme conta com um elenco extremamente numeroso, com nomes bem importante, mas o destaque com certeza vai pra dupla principal interpretada por Ralph Fiennes e a revelação Tony Revolori. Com um humor britânico e até meio cínico, o filme se sustenta do início ao fim de maneira extremamente cômica, e que dá aquela sensação de "eu não deveria rir disso, mas não tenho pra onde correr". De resto, temos várias pequenas aparições especiais de atores como Tilda Swinston (que está irreconhecível). Willem DaFoe, Bill Murray, Owen Wilson, Edward Norton e outros, o que é sempre uma coisa bem legal de ver num filme,

A câmera do filme, assim como no resto da filmografia do diretor, é bem estática, movimentando-se apenas quando necessário, o que dá firmeza e "nome" ao diretor. Mas um fator diferenciado que acontece
nesse filme é que o estilo de câmera muda quando o filme muda o período de tempo em que a história se passa. Por exemplo, nas cenas aonde temos um período mais antigo, o filme é todo rodado em câmera 4x3 ("quadrada"), um fator muito interessante de ser analisado, que me pegou de surpresa.

Uma obra extremamente inovadora, tanto em aspectos técnicos, quanto em história. Que está despreocupada com a verossimilhança, de uma maneira bem positiva, e que satiriza sua própria história. Muito provavelmente, será o "Gravidade" do Oscar 2015: dominará os prêmios técnicos de uma maneira geral.

9 indicações ao Oscar 2015, incluindo "Melhor Filme"

Nenhum comentário:

Postar um comentário