terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014)




Birdman
Diretor: Alejandro González Iñárritu
119 min

No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente. (AdoroCinema)

Esse filme é um filme bem peculiar... acho que particular seria uma palavra melhor. A - quase - metalinguagem do filme (ou seja, o filme falando sobre uma produção teatral, que se assemelha muito com o cinema em alguns quesitos) propõe um filme bem diferente. E é realmente isso que nos é apresentado.

O elenco de Birdman me surpreendeu. Michael Keaton está excelente, existem várias cenas na qual só ele está presente que são de cair o queixo. Mas o que mais é satisfatório aqui é que ninguém aparece por acaso, não há talento desperdiçado por parte tanto do elenco principal quanto do coadjuvante. O trabalho do Michael Keaton não é levar o filme inteiro nas costas, mas sim interagir com todos os personagens apresentados, tanto de uma forma mas grupal, quanto individual. Esse é um ponto bem positivo pra obra, todos os personagens tem uma simbologia, um significado bem individual aos olhos de Riggan Thomson o que enriquece a experiência do espectador. E um destaque deve ser dado para a Emma Stone e pro Edward Norton. Os dois têm uma certa "química" que aliviou algumas partes mais pesadas. Mas quando estão em cenas separadas, os dois também dão um show.

Um dos fatores que mais chama a atenção aqui é o fato dele parecer que não possui corte algum. A obra possui takes extremamente longos, o que merece muito destaque. Com certeza foi muito dificil "guiar" esse filme. A câmera também é bem singular, bem minimalista, não apresenta ângulos incríveis ou algo do tipo, porém mostra uma continuidade muito bem feita. Só vendo pra entender...

Com certeza a direção aqui foi uma tarefa árdua para Alejandro González Iñárritu, justamente pelos fatos já citados. Ele já tinha feito um excelente trabalho em "Biutiful" (2010), mas aqui ele está fenomenal. Desculpa Linklater, mas o Oscar de melhor diretor vai para Alejandro González Iñárritu (ou realmente não há justiça alguma nesse mundo).

A trilha sonora é bem interessante, mas chega a ser um pouco maçante. Ela é composta quase que exclusivamente por apenas uma bateria, o que combina em algumas cenas, mas em outras não. A história dá uma explicação para essa trilha sonora logo no início (em um pequeno detalhe, bem rápido até, de uma cena, mas que é hilária), mas que é utilizada de maneira um pouco exagerada.

Birdman faz uma crítica muito pesada sobre "a geração blockbuster" e sobre como, nos dias de hoje, é difícil para alguém que já foi famoso há alguns anos atrás voltar aos "dias de ouro" por puro mérito próprio e talento, e mostra a dificuldade de produção, as dificuldades para lidar com os atores e os bastidores de uma peça. Com um final surpreendente, Birdman é um filme excelente, que pode sair de mãos cheias na cerimônia do Oscar.



Música tema de "Birdman"


9 indicações ao Oscar 2015, incluindo "Melhor filme"


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